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Ciclo de vida e morte

Portugal, 2022

A série “Ciclo de Vida e Morte” é composta por quatro peças em arte aplicada, representando a volatilidade da vida à morte. A escolha por realizar esta série em caixas de dupla face alude à dualidade da vida, onde a matéria e o sutil se complementam e coexistem desde a concepção do feto até a morte, momento em que a dualidade se esvai.

O Embrião: Representado por uma caixa pequena, feita de metal resistente, que acolhe uma lâmpada — a luz — ainda não acesa, protegida por uma camada macia. Esta alusão ao útero materno simboliza o início da vida.

O Corpo: Nesta caixa, a dualidade é claramente visível. O lado azul representa o sutil, onde esferas sustentadas por fios transparentes movem-se livremente, simbolizando a leveza da alma. Do outro lado, em vermelho sangue, pregos apontam para um emaranhado de arames, aludindo às angústias da carne e ao sofrimento causado pela necessidade de controle e ajuste ao mundo.

O Tempo: Inteiramente branca, esta caixa apresenta ondas de um lado, representando as oscilações do tempo e espaço. Do outro lado, uma caixa transparente dentro de outra superfície transparente, simbolizando que o tempo é imaterial, intangível, sutil, relativo e construído.

A Morte: A única peça que não tem dois lados, mas possui um espelho ao centro. A morte não tem dualidade; é o momento em que o EU se esvai e a alma se desconecta do corpo. A caixa enferrujada faz alusão à jornada da vida, enquanto o espelho ao centro obriga o espectador a encarar seu próprio EU, enfrentando sua realidade no último suspiro da vida.

Cada peça da série retrata intrincadamente diferentes estágios da existência, refletindo a complexa interação entre o material e o imaterial, culminando na inevitável conclusão da morte, onde a dualidade se dissolve.

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